Pular para o conteúdo principal

Oração [2]


Pai,
Sei da presença da Tua Graça aqui
Admito que sem ela, nunca nem sequer desejaria estar perto de Ti
Graça que traz vida
Graça que mantém a vida

Quem sou eu, então, para pedir algo?
Para pedir o que já prometestes fazer e já estás a fazer?
Não sou ninguém, não mereço ser ninguém
Pelo merecimento, mereço falhar
Por merecimento, deveria estar entregue a ser devorado por mim mesmo

Contudo,
Me chamaste de amigo

Amigo então,
em uma relação completamente desigual
Entre O Tudo e o nada.
Peço que Tua Graça abunde constantemente aqui
Que não sobre espaço pra mim
Porque, se sobrar, é caminho de morte
Limpe meus olhos, troque-os ou até mesmo tire-os.
Seque-os também.

Conheço minha indignidade
Conheço também a redundância de meu pedido
Já tenho a Vida, Graça e Perdão.
Não peço por achar que me falta
Peço pois a luta ainda não findou
Peço porque talvez minha luta logo passe a estar na primeira pessoa do plural.

Não fugirei da luta
Luto por saber que já vencestes
Que meu coração nunca deixe de gritar "Eis-me aqui"

A única coisa que superará a vida aqui por Ti
Será a vida, ao final, em Ti e contigo.

Quando o engano estiver em mim, estejas Tu aqui para tirá-lo
Quando o desânimo estiver em mim, sejas meu ânimo
Quando a morte, sejas a vida
Quando eu, Tu

Amém.

Ah, Pai, sobre a primeira Oração, obrigado.

Comentários