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Silêncio


Silêncio. Escute o vento. Ele soa como as palavras. Passageiro, mas recursivo. Palavras são o vento, li certa vez.
Silêncio, pra alguns, de todas as tentativas, a mais difícil. Há uma quebra de silêncio aqui, mesmo falando sobre ele.
Silêncio leva a observação, que leva a absorvição de conhecimento e entendimento, que leva a tentação da quebra do silêncio.
O natural está no silêncio?
Palavras são também chaves. Não importa a qualidade ou a importância da chave. Somente será compreendida pela fechadura certa.
O péssimo exemplo anterior ajuda a explicar minha falta de dom com as palavras?
Por que, então, é tão difícil optar pelo silêncio?
Silêncio é abandonar teoria e partir para a prática. Admitir para si mesmo sua própria incapacidade de resolver qualquer situação. Assumir controle daquela energia não nomeável e impedir que ela saia. Não importa qual é o nome que essa energia ganhe na porta de saída. Amor, ódio, alegria, ansiedade. Não importa. Silêncio é decidir deixar resolver-se sozinho.
Silêncio é confiar. O silêncio acompanhando da falta de ouvintes dispostos expõe as fraquezas. Confiar naquele escudo invisível que impede de você ter a oportunidade de falhar o que você ainda não sabe como não caiu. Admitir para si que sem esse escudo você cairia.
Silêncio é pesado. Para entender, sinta o peso. Fique em silêncio.
Liberdade estará quando, ao que possui o natural no silêncio, aprender a falar e expressar o que está dentro de si e ao que possui o natural no oposto do silêncio, descobrir que silêncio pode ser recompensador. Antes, seria necessário acreditar nisso.